Cuidados necessários ao manipular água sanitária

Cuidados necessários ao manipular água sanitária

Por Cecília Lima com assessoria

 

 

 

Extremamente popular no Brasil, a água sanitária ganhou ainda mais destaque e espaço no mercado desde o início da pandemia de COVID-19. A razão é simples de explicar: o produto tem características alvejantes, sanitizante e microbicidas, simples utilização, é fácil de encontrar e muito barato! Com tantas vantagens, facilmente podemos entender porque ela é tão presente em lares brasileiros.

 

Apesar de possuir vários benefícios, a água sanitária – como qualquer outro produto químico – deve ser usada com cautela, visto que pode oferecer riscos à saúde de seres humanos e animais domésticos. Na indústria, o composto tem o nome oficial de hipoclorito de sódio e sua concentração nas formulações de venda livre para uso doméstico varia de 3% a 8%. Já aquelas destinadas à limpeza profissional (sanitização de estabelecimentos comerciais, instituições de serviços de saúde, fábricas, locais de grande circulação de pessoas) podem trazer concentrações que variam de 10% a 12%.

 

EPI – Neste segundo caso, é importante frisar a necessidade incondicional do uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) pelos indivíduos que manipularão a água sanitária: luvas, óculos e roupas apropriadas para o serviço de higienização. Por conter uma concentração mais elevada de hipoclorito de sódio, os produtos de uso profissional demandam condições especiais de armazenamento e transporte. Por isso, é fundamental ter uma equipe bem treinada para fazer o melhor uso dos benefícios desinfetantes oferecidos por este produto, porém com segurança, sem colocar a integridade do próprio usuário ou de terceiros em risco.

 

Mesmo o uso doméstico deve ser feito com cautela, para evitar uma superexposição, bem como derramamento acidental na pele, olhos ou até mesmo ingestão. É o que orienta João César de Freitas, diretor comercial da Katrium, indústria química presente no mercado brasileiro e de outros países do Mercosul. “Trata-se de um composto químico que, apesar de ser amplamente conhecido pela população, sendo usado nos lares, hospitais, comércio e indústria, é considerado substância perigosa para a saúde – exigindo procedimentos adequados de uso e descarte”, pontua.

 

“Via de regra, as pessoas adquirem o produto e vão logo usando, sem ler cuidadosamente as informações adicionais dos rótulos, mas em muitos casos ele ainda precisa ser diluído. Geralmente, são quatro partes de água para cada parte de água sanitária”, orienta Freitas.

 

Internet – Ele chama atenção também para um dos maiores riscos quando se usa água sanitária, que é misturar com outros produtos e menciona vídeos tutoriais da internet que ensinam “misturas” suspeitas com promessas de limpeza mais eficiente, mas que na verdade têm um potencial perigoso. “As pessoas se esquecem de dizer que, dependendo da combinação de produtos, pode haver formação de gases altamente tóxicos. Isso inclui a mistura de água sanitária com produtos ácidos, amônia e até mesmo vinagre”, alerta o diretor da Katrium.

 

A inalação de gases oriundos dessas misturas pode provocar sintomas semelhantes aos de envenenamento, podendo causar tosse, irritação e queimação na pele e até mesmo delírio. Neste caso, além de procurar um local arejado, se os sintomas forem fortes e persistentes, é importante procurar o serviço de saúde mais próximo.