Piscinas coletivas merecem cuidado redobrado

Piscinas coletivas merecem cuidado redobrado

Com o calor do verão, a tendência é que as piscinas dos condomínios fiquem mais frequentadas e o rigor nas manutenções desta área deve ser ainda maior que nos demais meses do ano, a fim de garantir a segurança e o lazer dos condôminos

 

O ano de 2014 registrou lamentáveis incidentes envolvendo acidentes fatais em piscinas de condomínios. Os casos possuem características similares: mortes de crianças que tiveram cabelos e até braço sugado por ralos das piscinas.

Isso é comum porque muitas pessoas optam por dispositivos de sucção com potência maior que a recomendada, apenas para que a limpeza da água ocorra em menos tempo. A escolha é equivocada e deve-se sempre instalar motores adequados para o tamanho da piscina. Cuidado redobrado em relação aos ralos: a piscina não pode nunca ficar sem ralo ou com um quebrado. Segundo Rogério Sales da Mergulho Piscinas “a importância da vistoria mensal da composição estrutural interna das piscinas, também deve ser realizada, evitando cortes e acidentes dos banhistas com azulejos e cerâmicas trincadas ou quebradas”.

Profissional – Além da estrutura, é necessário estar alerta à qualidade da água, que deve ser tratada o ano todo, independentemente de a piscina estar sendo usada. Com relação à sanitização, o farmacêutico Luciano Blumm, consultor da Guarida Imóveis, indica que a melhor forma de garantir a segurança é através da contratação de um profissional especializado, geralmente com as atividades apoiadas pelo zelador.  “O monitoramento ideal é feito por meio de avaliações laboratoriais periódicas, onde são realizadas análises químicas e microbiológicas. Esses testes vão verificar se o tratamento está adequado e garantir a sanitização, evitando proliferação de diversas doenças. Com os laudos das análises, o síndico saberá se o zelador está seguindo as orientações fornecidas pelo profissional”, explica o farmacêutico.

 

A periodicidade de tratamento varia conforme o uso. “Normalmente, em período de temporada é recomendável tratamento diário e fora de temporada de 2 a 3 vezes na semana”, conta. Sobre o pH da água, Blumm explica que a medida ideal para piscinas é entre 7,0 a 7,4, o que garante conforto aos banhistas, evitando irritação nos olhos, mucosas e pele, além de garantir máxima eficácia dos produtos, especialmente o cloro.

 

Para Newton Nunes, diretor de Condomínios da Guarida Imóveis “a responsabilidade do síndico é acompanhar se a manutenção e a limpeza estão sendo feitas adequadamente”, pondera. As tristes ocorrências de mortes devem servir de alerta ao síndico para tomar todas as medidas de precaução, uma vez que – em acidentes como esses – o gestor do condomínio pode ser acusado de negligência e omissão, podendo ser responsabilizado pelo fato. Isso em razão do artigo 132 do Código Penal, que prevê pena de detenção a quem expõe a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente.

*Jornalista