Escorpiões podem passar de um simples incômodo a um risco letal

Escorpiões podem passar de um simples incômodo a um risco letal

Cerca de 3 mil moradores residentes do condomínio Emílio Bosco em Sumaré (SP) passaram por um verdadeiro pesadelo recentemente com uma infestação de escorpiões. A situação ganhou a grande mídia sendo noticiada quando, em julho deste ano, uma criança de 7 anos veio a falecer após a picada de um animal dentro do próprio apartamento, alertando para a gravidade da crise e chamando a atenção de outros condomínios para os cuidados preventivos contra esses bichos.

 

Os escorpiões são – dentre as pragas urbanas – a de combate mais difícil. Isso porque os venenos disponíveis no mercado usados para exterminá-los nem sempre são eficazes e, por outro lado, são também tóxicos aos seres humanos, de modo que não podem ter seu teor elevado demasiadamente sob o risco de trazer mais prejuízos que benefícios aos usuários.

 

Esses animais são artrópodes parentes próximos das aranhas e possuem peçonha capaz de provocar lesões importantes na pele, músculos, causar febres, quadros convulsivos ou até mesmo o óbito, como infelizmente se registrou em Sumaré no mês passado.

 

Eles gostam de locais escuros e úmidos e podem se esconder, por exemplo, dentro de sapatos e roupas, o que vem a ser uma armadilha à pessoa distraída que vai usá-los. Os escorpiões se beneficiam em ambientes onde há acúmulo de lixo e vegetação. Assim, uma das principais medidas para se evitar a proliferação desses indesejáveis é a poda regular das plantas do condomínio, bem como evitar o despejo de lixo em local inadequado e seu acúmulo por mais de 3 dias.

 

Outro cuidado é com o armazenamento de entulhos, como móveis velhos que muitos condôminos costumam guardar em garagens. Isso deve ser proibido pelo condomínio, o qual deve estabelecer uma quantidade limitada de dias para que o morador dê destino ao material estocado antes que ele vire moradia para ratos, baratas e os temíveis escorpiões.

 

As medidas preventivas citadas são importantes, porém não são suficientes sozinhas. É necessário cumprir um rigoroso calendário de dedetizações nas áreas coletivas, as quais devem ser realizadas a cada seis meses. Isso mantém a população das pragas em um nível controlável, evitando uma possível infestação.

 

Contudo, é certo que às vezes a situação pode fugir ao controle e os animais se proliferam além do que se pode controlar com medidas domésticas, invadindo inclusive os ambientes privados do condomínio e levando risco à saúde e integridade dos moradores e seus animais domésticos.

 

Nesses casos, é preciso comunicar à Prefeitura Municipal, especialmente o setor que cuida da vigilância sanitária e epidemiológica do município e também centro de zoonoses, se existir. Juntamente com a queixa, é importante – se possível – disponibilizar para as autoridades competentes fotografias dos escorpiões para que seja identificada a espécie e assim se possa executar a melhor estratégia.

 

Se o pior acontecer e alguém chegar a ser picado o procedimento é inicialmente lavar o local lesado com água corrente e sabão e, em seguida, conduzir a vítima imediatamente a um serviço hospitalar. Não é recomendável colocar curativo nem muito menos garrotear para prender a circulação.