O Brasil vive um mau momento econômico e a instabilidade do cenário macro afeta, obviamente, o micro. Isso inclui desde as finanças domésticas, às empresas, passando também pelos condomínios. Não saímos ilesos dessa crise financeira. A alta dos preços de energia, água, serviços e produtos em geral, somada à crescente inadimplência verificada na maioria dos condomínios, demonstra que a fase não está nada favorável

 

Se as despesas aumentam e a receita não entra como deveria, o caixa não fecha e os débitos se acumulam. Como gerenciar isso? Muitos síndicos estão tendo de cortar na própria carne, alguns – inclusive – abrindo mão de seus pagamentos para amenizar os problemas financeiros do condomínio.

 

Demissões – Outra estratégia é a demissão. Todos sabem que manter um funcionário com todas as suas prerrogativas trabalhistas em dia é bastante dispendioso. De acordo com Angélica Arbex, gerente de Relacionamento com o Cliente da Lello Condomínios, essa é uma parte significativa das despesas mensais. “A folha de pagamento de um condomínio, somados salários e encargos, representa, em média, 50% do total das despesas mensais. Isso porque, no Brasil, e particularmente em São Paulo, há sete funcionários por prédio, enquanto em países da Europa, por exemplo, essa média é de dois”.

 

O “enxugamento” do quadro de funcionários é, portanto, uma estratégia que está sendo usada para tentar contornar a crise. Dentre suas atribuições, o síndico tem poder legal constituído para demitir ou admitir funcionários. Contudo, é recomendável que essa seja uma decisão pactuada com o coletivo de condôminos ou, no mínimo, o conselho fiscal.

 

Decisão – É interessante que a responsabilidade pelas demissões seja compartilhada uma vez que rescisões contratuais e indenizações trabalhistas geralmente são altas. Então, antes de começar a economizar, o condomínio gasta para dispensar um funcionário.

 

Outro ponto que deve ser considerado quando se decide abrir mão de um trabalhador é: quem desempenhará as atividades que antes eram dele? Sim, porque se o cargo fica vago e a demanda permanece, significa que sobrará para alguém, assumir tais tarefas. Há duas opções, ou um outro será sobrecarregado ou o próprio síndico.

O cargo de zelador é o que mais auxilia ao síndico em suas obrigações. Ele é o profissional que fiscaliza o andamento do condomínio, cuida das manutenções, faz pagamentos bancários. A extinção desse posto acarreta sobrecarga do síndico. Se a demissão for num setor de limpeza ou vigilância, a consequência é mais trabalho para os que ficam e deve ser pensada uma maneira de compensá-los por isso.

*Jornalista

 

 

Por Cecília Lima