A força da solidariedade na vida em condomínios

A força da solidariedade na vida em condomínios

Onda de violência no estado do Espírito Santo serviu para despertar a união e espírito de equipe entre condôminos

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Durante o mês de fevereiro todo o Brasil assistiu estarrecido a uma sequência de atos violentos no estado do Espírito Santo, em decorrência de uma prolongada greve dos policiais militares. Assassinatos, assaltos, arrastões, saques a lojas e vários outros crimes assustaram a população capixaba, que se viu presa em suas próprias casas, impedida de sair.

Porém, se por um lado a greve dos PMs mostrou o pior lado do ser humano em seu instinto violento e desejo de praticar o mal, o episódio também serviu para fazer aparecer demonstrações de solidariedade. Em vários condomínios, moradores se organizaram para proteger o patrimônio e ajudar uns aos outros, no momento da necessidade.

Com o clima de insegurança na cidade, muitas pessoas ficaram com medo de sair de casa para qualquer atividade, incluindo comprar comida e itens básicos. Ainda que se aventurassem a sair às ruas, a chance de encontrar um estabelecimento comercial aberto era mínima e, assim, muita gente ficou sem mantimentos. A situação foi contornada com o auxílio entre vizinhos.

Em um condomínio no bairro Jardim da Penha, na capital Vitória, a estudante Maria Clara Messias contou com a solidariedade de vizinhos. “Por morar sozinha, nunca costumo guardar muita comida em casa, pois geralmente me alimento fora, mas com a crise da segurança me vi em uma situação delicada e a sorte foi contar com a ajuda de outros condôminos, o que retribui com produtos de limpeza”, conta. Vários moradores do prédio se mobilizaram para trocar produtos entre si.

Além da falta de mantimentos, a preocupação com a segurança do prédio também mobilizou moradores da capital capixaba e cidades da região metropolitana. Moradores de residenciais na cidade de Serra organizaram grupos de homens para fazer vigília nas entradas e muros do condomínio, com a intenção de evitar invasões. Às mulheres coube a função de servir lanche e dar o apoio na comunicação entre os voluntários.

A síndica Maria Rita Simões vê com bons olhos a integração promovida, embora tenha sido feita em um momento de grande tensão. “Passamos por um período assustador, mas que serviu para mostra que a união faz a força. Antes, havia vizinhos que nunca tinham trocado um ‘bom dia’ e hoje se tornaram amigos. Tiramos uma grande lição de solidariedade com tudo isso e compreendemos que viver em condomínio é mais que apenas algumas despesas juntos, é dar as mãos no momento de necessidade”, avalia a síndica.