Tratamento da fossa condominial não deve ser adiada além de 1 ano

Tratamento da fossa condominial não deve ser adiada além de 1 ano

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Embora atualmente estejam caindo em desuso, graças à ampliação das redes de saneamento básico, as fossas sépticas são uma realidade para muitos condomínios, servindo como estação primária de esgoto. Essas estruturas existem para reduzir o despejo de resíduos diretamente na natureza ou no sistema de esgotamento público, portanto devem receber manutenções adequadas periodicamente para evitar transtornos aos moradores e quem mais viva próximo ao prédio.

 

O manejo deve ser feito idealmente a cada 6 meses, não ultrapassando o intervalo de um ano entre uma manutenção e outra. O atraso neste calendário acarreta consequências negativas que prejudicam a salubridade do ambiente condominial, tais como: forte odor nas proximidades da fossa e saindo de ralos e canos, entupimentos constantes, contaminação do solo, bem como o estímulo à proliferação de pragas, como ratos, baratas, mosquitos transmissores de doenças.

 

A instalação de uma fossa séptica deve seguir os parâmetros preconizados pela NBR-7229 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Segundo a norma, existem três tipos de fossas: a de câmara única, a de câmaras sobrepostas e a de câmaras em série, as quais consistem em tanques construídos com concreto ou alvenaria, cujo volume varia de acordo com a demanda do imóvel. Neles ocorrem processos físicos e químicos, além da separação entre materiais líquidos e sólidos, com a finalidade de funcionar como se fosse uma primeira etapa no tratamento dos dejetos.

 

Existem diferentes métodos para se realizar a manutenção da fossa séptica e o primeiro passo para cuidar da questão é contratar uma empresa especializada e licenciada para o serviço, a qual estará habilitada para determinar qual deles melhor se aplica ao perfil do condomínio.

 

Uma opção muito conhecida é a contratação de um caminhão-tanque, o qual fará a coleta de dejetos. Esse veículo possui um vácuo que “aspira” toda a sujeira – sólida e líquida – por meio de bombeamento para o reservatório do caminhão (similar a tanques de combustível). Após isso, os resíduos são conduzidos a uma estação para serem devidamente tratados e descartados.

 

Existe também a possibilidade de realizar a limpeza de fossas sépticas condominiais utilizando o recurso de biorremediadores. Esses “remédios” são, na verdade, bactérias do bem que farão o tratamento dos efluentes, decompondo matéria orgânica, evitando contaminação do solo e minimizando impactos ambientais. Esse processo, mais ecológico diminui a necessidade das limpezas mecânicas e contribui para a diminuição do odor também.

 

Devem ser considerados também os procedimentos de “emergência”, ou seja, aqueles a que se recorre quando as medidas preventivas não foram adequadamente seguidas. A falta de limpezas periódicas pode ocasionar o entupimento de canos e tubulações, graças à impactação de detritos sólidos, misturados à gorduras. Nesses casos, é indicado fazer um hidrojateamento. Também é feito com um caminhão, mas dessa vez ao invés de aspirar ele vai introduzir mangueiras e injetar água em alta pressão para desobstruir a rede.

 

É importante ressaltar que o método emergencial não deve se tornar uma rotina, sob o risco de maiores prejuízos serem causados ao condomínio e seus moradores. O ideal é manter um calendário de higienizações periódicas das fossas condominiais, caso contrário o síndico pode ser responsabilizado civil e criminalmente por negligenciar este importante item da manutenção predial.