Livro de registro é fundamental para manutenção de elevadores

Livro de registro é fundamental para manutenção de elevadores

Durante muito tempo, o síndico do condomínio do edifício Jardim Tívoli, no bairro Ipiranga, região nordeste de Belo Horizonte, Carlos Roberto Andrade, sofreu com problemas no elevador do prédio. Não foram poucas as vezes em que moradores ficaram presos, ou as situações em que o elevador era chamado, mas as portas não abriam. Sempre que os incidentes aconteciam, ele chamava a empresa responsável pela manutenção. Os problemas eram corrigidos, mas ainda assim voltavam a se repetir. Uma das causas para essa recorrência é a falta de anotação dos detalhes dos reparos no livro de registros do elevador.

 

De acordo com o síndico, apenas os problemas mais graves e as manutenções preventivas eram preenchidas no livro. Por isso, muitas vezes, os técnicos que foram realizar os concertos de emergência ficaram sem as informações completas sobre o que foi realizado anteriormente.

 

Legislação – Além de ser uma exigência legal (lei municipal 7647/99), o livro de registro do elevador garante mais segurança ao equipamento, segundo avaliação do engenheiro e consultor, Cláudio Henrique Guisoli. Ele explica que no livro devem constar os reparos que foram feitos, as peças trocadas e quando cada evento aconteceu. São três vias de cada página: uma fica com o síndico, a outra com a empresa e a terceira é enviada à prefeitura quando o livro foi totalmente preenchido.

 

Segundo Cláudio, “muitas empresas não anotam os pequenos reparos com medo de serem qualificadas como más prestadoras de serviço. Mas cada chamado tem que ser anotado”. Depois que foi orientado a exigir o preenchimento do livro com mais clareza, o síndico Carlos Roberto notou diminuição nas panes.

 

Além do livro, os técnicos responsáveis pela manutenção e conserto de elevadores também devem disponibilizar o Relatório de Inspeção Anual (RIA), que como o próprio nome indica, deve ser feito todos os anos; e a Anotação de Responsabilidade Ténica (ART). Os dois relatórios atestam as condições do elevador e devem ser assinados por um engenheiro mecânico responsável.

 

Desconhecimento – Apesar de tantas exigências, muitos síndicos desconhecem todos esses detalhes que fazem parte da segurança do elevador. E esse é um dos principais motivos pelos quais as anotações são esquecidas ou mal feitas. Um dos deslizes apontados pelo sócio-proprietário da empresa Control Elevadores, Lúcio Francisco dos Santos Júnior, é a falta de conhecimento dos gestores sobre a troca dos livros já preenchidos. Segundo ele, é tarefa do síndico adquirir o livro e exigir que ele seja atualizado. Lúcio diz que quando as folhas se esgotam, o síndico deve adquirir um novo, junto à prefeitura. O caminho mais fácil é pela internet.

 

Ele ensina que por meio do portal da PBH é possível encontrar o modelo das folhas e imprimi-las. “Uma outra opção é ir a livrarias do centro da cidade. Muitas também tem o livro para vender”, diz Lúcio. Para ele, a importância de se manter os registros atualizados aparece quando o condomínio opta por trocar de empresa de manutenção. “Se um elevador tem um problema permanente e o técnico anota no livro, amanhã, o outro técnico vai saber o que foi feito”.

 

Fiscalização mostra irregularidades

 

De acordo com informações da Secretaria Municipal de Regulação Urbana, grande parte dos elevadores fiscalizados em 2009, em Belo Horizonte estava com algum tipo de irregularidade.

 

De janeiro a junho do ano passado, das 2481 vistorias realizadas, 2320 resultaram em notificações e multas; ou seja, mais de 80% dos elevadores apresentaram alguma irregularidade. A assessoria de imprensa da secretaria garante que apenas 10% dos casos eram relativos à segurança. O número pode ser pequeno se analisado apenas estatisticamente. Mas, ele é transformado em tragédia quando os acidentes acontecem, como no princípio do ano passado, quando dois elevadores caíram no centro da capital, deixando feridos e um morto.

 

Em janeiro deste ano já foram 251 vistorias, com 33 notificações e multas. Em fevereiro, foram 466 vistorias, com 79 notificações e multas. A maior parte dos elevadores fiscalizados está na região centro-sul.

 

Manual orienta síndicos

Diante das dificuldades encontradas, a Thssenkrupp Elevadores iniciou, em janeiro deste ano, uma campanha junto aos seus clientes para orientá-los sobre as exigências da Lei Municipal que rege o funcionamento dos elevadores na capital mineira. Faz parte da campanha a distribuição de um manual explicativo para orientar os clientes sobre a documentação necessária para o registro do elevador junto à Prefeitura de Belo Horizonte. “Todos os elevadores instalados passam regularmente pela fiscalização da prefeitura e o condomínio tem de estar com a documentação atualizada, conforme determina a lei”, atesta Clauder Toledo, coordenador de Serviços da Unidade Minas Gerais da Thyssenkrupp Elevadores. Quem se interessar pelo manual pode fazer a solicitação através do telefone da empresa.

 

 

 

Síndico Carlosa Roberto – 3426-3985