Acessibilidade no condomínio

Acessibilidade no condomínio

Por Cecília Lima

A matéria acima chama a atenção para um problema que é ignorado por muitos condomínios Brasil a fora: as adaptações que os condomínios devem fazer para atender a população idosa dos prédios

Você sabia que uma pesquisa recente feita pelo Ministério da Saúde revelou que o Brasil possui a quinta maior população idosa do mundo? São cerca de 29,3 milhões de pessoas com 60 anos ou mais vivendo no país. Desse total, cerca de 30% têm alguma dificuldade para realizar atividades do dia a dia e, dessa parcela, 17,3% têm muita dificuldade com os afazeres domésticos.

Assim como os portadores de deficiência, os idosos também possuem dificuldades de locomoção e outros sentidos tais como visão e audição menos aguçados, o que ressalta a necessidade de uma estrutura predial apropriada para propiciar seu bem-estar e melhor trânsito.

Rampa – Uma dessas adaptações deve se fazer presente já na entrada do prédio: a rampa de acesso. Ela deve ter as dimensões e inclinação determinadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Tão importante quanto ela é a presença de um corrimão firme que possa dar apoio para o idoso se segurar na subida.

Outro ponto importante diz respeito à iluminação. As áreas comuns do prédio devem dispor de iluminação adequada para evitar quedas e choques contra obstáculos durante o tráfego. Durante o dia, se for se valer da iluminação natural solar, deve-se precaver de que o ambiente não fique na penumbra. À noite, o uso de sensores de presença é indicado para economia de energia, porém é necessário se certificar de que estejam funcionando por um intervalo de tempo razoável.

Pisos – O piso com textura é outra adaptação necessária para evitar as temíveis quedas, tão letais para as pessoas idosas. O chão deve ser revestido com uma superfície que proporcione atrito necessário para caminhar com segurança mesmo em dias de chuva ou quando o piso estiver molhado em momentos de limpeza. O enxágue, nesses casos, deve ser eficiente, cuidando para não sobrar resíduos de sabão ou detergente que possam deixar a superfície escorregadia e propícia a quedas.

Com relação ao banheiro de uso compartilhado das áreas comuns, ambiente onde se registra grande número de acidentes, a arquiteta Renata Gomes faz recomendações: “O banheiro é um dos locais mais perigosos de quedas, por ser um ambiente úmido. A colocação de barras de segurança e vasos sanitários em altura especial são alguns itens que poderão contribuir para a segurança do idoso. Eliminar excesso de móveis e adornos facilita o seu dia a dia, tendo menos manutenção e limpeza”, orienta.

É válido salientar que a segurança e o bem-estar do idoso não dependem exclusivamente de adaptações físicas no condomínio, mas também do tratamento o qual lhe é destinado. É importante que os funcionários e demais condôminos estejam atentos às suas necessidades e os tratem com cordialidade e paciência, pois, embora muitos tenham uma vida ativa e dinâmica, ás vezes os idosos podem requerer mais apoio que outros indivíduos adultos.

*Jornalista