Cruzada para economizar água


Síndicos e moradores de condomínios estão fazendo um esforço brutal para economizar água. Apesar de grandes consumidores, os condomínios estão colaborando bastante e os resultados alcançados são dignos de elogio.

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Nas áreas comuns, acabou a farra de lavar o pátio e regar jardins com mangueiras. Nos apartamentos, a maioria dos condôminos orientaram suas famílias e funcionários e os antigos hábitos de desperdício foram substituídos por medidas simples de uso racional de água. As contas baixaram, mas a crise hídrica não está nem perto de acabar e percebo uma vontade imensa dos condomínios em implementar mais medidas de economia. Ocorre que, no afã de acertar, muitos síndicos acabam exagerando e, de forma precipitada, adotam medidas abusivas e impopulares.

Mês passado, participei de um encontro organizado por uma  Associação dos Síndicos, justamente para debater o papel dos síndicos na crise hídrica e buscar mais soluções coletivas. As conclusões foram as seguintes:

1 – O síndico não pode e não deve decidir sozinho a suspensão no fornecimento de água durante algumas horas ou dias. Tal decisão deve ser tomada somente em assembleia, com participação efetiva dos moradores;

2 – Os condomínios podem e devem discutir a adoção de procedimentos no interior de todos os apartamentos, inclusive adquirindo materiais e utilizando os próprios funcionários. Tais medidas envolvem: instalação de redutor de pressão nas torneiras e chuveiros, troca dos “courinhos” das torneiras e inspeção para detectar vazamentos. O morador que não colaborar poderá ser advertido e até multado;

3 – A medição individualizada do consumo de água, com um hidrô- metro para cada apartamento, é a forma mais justa e correta para que o morador consciente pague uma conta pequena e o morador gastador pague pelo desperdício. Mesmo para edifícios antigos, é tecnicamente possível fazer a medição individual, apesar dos custos maiores e necessidade de obras. Vale o investimento e gera até valorização da unidade autônoma. Tudo deve ser aprovado em assembleia, com maioria simples dos presentes;

4 – Síndicos e administradores não podem relaxar e precisam manter uma campanha ativa de conscientização aos moradores, com cartinhas, circulares e avisos nos elevadores e toda colaboração é bem vinda;

5 – Medidas mais complexas e custosas já devem ser estudadas e orçadas nos condomínios, tais como obras para captação e armazenamento de água e poços artesianos. Para lamentar, temos a tímida atuação da SABESP, que não incentiva e não oferece meios efetivos para a medição individualizada do consumo de água nos apartamentos!