Má administração condominial: o que há por trás dela?

Má administração condominial: o que há por trás dela?

Déficit, atrasos nos pagamentos, funcionários sem receber os salários, estrutura deficiente. Estes são alguns dos sintomas de que a administração condominial não está “nos eixos. Os condôminos devem unir-se o mais rápido possível para encontrar soluções.

Vez por outra, chega à grande imprensa casos de condomínios que foram lesados por síndicos ou por condôminos irresponsáveis, o número de condomínios deficitários ou em grave crise financeira e ou administrativa é grande e as respostas nem sempre são convincentes, principalmente quando os danos provocados por uma má administração são irreparáveis.

Os problemas administrativos em um condomínio podem ter diversas origens, que vão da relação irregular com os funcionários, passam pelo descontrole orçamentário, esbarram na omissão dos moradores ou atingem perigosamente o desvio de dinheiro. O fato é que, na maioria das vezes, os condôminos só se dão conta de que a situação está grave quando começam a aparecer as “surpresas”.

Nunca é demais frisar que qualquer período administrativo deve ter acompanhamento imprescindível de cada um dos condôminos. A participação dos condôminos começa com o comprometimento da escolha do sindico, na presença em todos ou quase todos nos processos deliberativos da administração, na fiscalização de contas condominiais e na eterna vigilância com a manutenção de equipamentos e estruturas do prédio.

Dentre as causas da má administração condominial podem estar a falta de preparo do sindico, a má fé de quem administra, entre outras muitas causas. Agora as consequências são inesgotáveis para os condôminos, que vão desde à condenação judicial com altos valores de indenização aos funcionários, passam pela falta de manutenção e conservação da estrutura e seus equipamentos, chegando até arrecadações financeiras urgentes para cobrir “rombos” na conta bancaria do condomínio.

Os sintomas de uma administração condominial “doente” ou equivocada podem ser sentidos em coisas simples que cercam a vida do prédio, como, por exemplo, a ausência de notas fiscais referentes à compra de material de limpeza, ou na contratação de serviços de manutenção por empresas que não tem registro legal e executam obras sem garantia.

A solução sempre será através da participação de todos, onde sem isso, é quase impossível superar as dificuldades. Há condomínios que contratam uma empresa para gerir os débitos antigos e os atuais; outros formam uma nova diretoria, que estudará a situação e desenvolverá algumas medidas que, a médio e longo prazo ajudarão na normalização administrativa do condomínio. Certamente, quase todas as alternativas passam por medidas de economia e reestruturação financeira do condomínio, o que significa dizer que todos os moradores, síndicos e demais condôminos, tenham “olho vivo”, sempre, para tudo, não só para exigir um funcionamento adequado da estrutura do prédio, como evitar desvios inaceitáveis na condução administrativa dos condomínios. É preciso participar sempre de cada movimento do condomínio a fim de garantir um trabalho eficiente e racional, que reverterá em proveito de toda a comunidade.

A autora é jornalista e colaboradora do Jornal do Síndico