Idosos em quarentena demandam cuidados especiais

Idosos em quarentena demandam cuidados especiais

Por se enquadrarem no cha- mado “grupo de risco” – que consiste nos indivíduos mais vulneráveis às piores evoluções da Covid-19 – os idosos são aqueles que precisam de uma quarentena mais rígida. Isso significa maior resguardo e distanciamento social para pessoas que já ultrapassaram o marco dos 60 anos, com a finalidade de evitar a contaminação pelo vírus. Embora tais medidas rigorosas sejam importantes e necessárias visando a um bem primordial, é sabido que as circunstâncias às quais ela submete o indivíduo idoso também podem afetar sua saúde, sobretudo no que diz respeito à estabilidade emocional e ao condicionamento físico. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que pessoas entre 60 e 64 anos representam 11,1% entre os 11,2 milhões de brasileiros diagnos- ticados com depressão. Nesse sentido, a saudade dos entes que- ridos, como familiares, amigos, vizinhos, pode abalar profundamente o psicológico dos idosos, podendo chegar a exacerbar quadros de ansiedade e depressão. Filhos e cuidadores devem estar, portanto, atentos a sintomas de tristeza excessiva e mudanças no comportamento. Outro aspecto a ser observado é o condicionamento físico, já que durante a pandemia, os idosos são orientados a saírem o mínimo possível de casa, o que inviabiliza a execução de uma rotina de exercícios habitual. No entanto, isso não deve ser motivo para abandonar de vez os cuidados com o corpo, sob o pretexto de “não adoecer”, há de se ter um equilíbrio. O educador físico Renato Silva dá dicas do que pode ser feito den- tro de casa. “Algumas atividades podem ser realizadas pelos ido- sos com o auxílio remoto de um professor de educação física por vídeo, como alongamentos e aulas de dança. Mesmo em apartamentos com espaço reduzido, é possível desenvolver alguns desses exercícios”, afirma. O profissional, entretanto, faz um alerta. “A atividade física faz muito bem a saúde e é um hábito que deve ser recomendado, porém se o idoso não tinha o costume de praticar, esse não é o período ideal para iniciar. O mais indicado é aguardar por uma avaliação médica prévia para se ter maior segurança”, orienta Silva. Outro cuidado que se deve ter com os idosos que estão restritos em domicílio é quanto à disponivamos combater o coronavírus bilidade de vitamina D: é fundamental tentar manter uma rotina de exposição ao sol todos os dias. Áreas mais extensas do corpo – como braços e pernas, devem ficar despidas e expostas à luz solar por 15 minutos no período das 10h às 15h (melhor horário para obter os benefícios da radiação UV na síntese da vitamina D). Suplementações só devem ser feitas com prescrição médica.