4 lições para deixar um legado positivo no condomínio

4 lições para deixar um legado positivo no condomínio

Por Cecília Lima

 

Ao passo que em alguns condomínios as eleições para o cargo de síndico são disputadas “a ferro e fogo”, travando-se batalhas fervorosas, em outros, o posto de administrador é jogado de um lado para outro e faltam nomes que se disponibilizem voluntariamente para ocupá-lo. O fato é que, seja de uma forma ou de outra, o indivíduo que se compromete a assumir tal responsabilidade, entrega também um pouco de si à história do condomínio, podendo, com isso, deixar um legado positivo ou negativo.

 

Embora existam atualmente inúmeros cursos, formações de curta duração e workshops voltados para síndicos, é válido salientar que a experiência é soberana. Muito do traquejo administrativo só se aprende, efetivamente, vivenciando a rotina do condomínio, bem como seus desafios, demandas e vicissitudes.

 

Para o professor universitário paraibano aposentado Nivaldo Maia, 65 anos, o fundamental para ser um síndico bem-sucedido e deixar um legado positivo para o condomínio é ser bem intencionado e ter boa vontade. “Algumas pessoas às vezes só se colocam para o cargo apenas em busca de uma isenção de condomínio ou em troca da remuneração que alguns prédios oferecem, porém sem ter a dimensão da complexidade exigida e do quanto terão que se dedicar e aí o resultado disso pode ser uma certa negligência”, pondera Maia, acrescentando que, infelizmente, há, ainda aqueles que assumem o posto já com a intenção de obter vantagens impróprias.

 

Síndico de um edifício residencial no bairro litorâneo do Bessa, em João Pessoa (PB), com mais de 20 anos de experiência na administração de condomínios, Nivaldo sente-se à vontade para listar 4 pontos que podem ajudar os novatos a não cometerem os mesmos erros que ele cometeu no passado. “Acredito que hoje nós tenhamos facilidades na comunicação da era digital e fácil acesso a pesquisas na internet, algo que eu não tinha no início. Até para achar serviços e fornecedores era complicado. O síndico deve saber usar tudo a seu favor”, afirma.

 

Lições – Entre as “lições” para se deixar um bom legado, elenca a necessidade de organização, seja física ou virtualmente. Pastas e arquivos devem ser organizados seguindo algum método que possa ser facilmente identificado: por meses, anos, ordem alfabética, seções. “Deixe todos os documentos do jeito como gostaria de receber, caso assumisse o cargo hoje”, aconselha Nivaldo. Seguindo a mesma linha, vem a regularidade nas manutenções prediais: o síndico deve ter um calendário com a periodicidade delas e, o principal, cumpri-lo.

 

Outra lição a ser aprendida nessa trajetória é a capacidade de comunicação, seja oral ou escrita, pois ela será frequentemente demandada e cada mal entendido poderá gerar uma dor de cabeça. Com o tempo – e a experiência – a habilidade de se comunicar pode ir se aperfeiçoando. “Ela será útil na resolução de conflitos, na delegação de funções a subordinados, no anúncio de comunicados, em assembleias. É essencial”, declara Nivaldo.

 

“Por fim, mas de igual importância, eu destacaria a habilidade que todo síndico precisa desenvolver em relação às finanças e isso precisa ser aprendido relativamente rápido para não acarretar prejuízos. Poderíamos destacar pelo menos três objetivos principais, que seriam controlar a inadimplência, não endividar o condomínio e, se possível, poupar para o caixa interno”, arremata o veterano síndico.

*Jornalista