Minimercado é tendência em alta nos condomínios

Minimercado é tendência em alta nos condomínios

Por Cecília Lima

Já pensou ter itens de mercearia, lanches, limpeza, higiene pessoal entre outros produtos a um fácil alcance dentro do seu próprio condomínio? O que antes era considerado um luxo restrito a alguns condomínios horizontais, foi democratizado e estendeu-se aos verticais (em diferentes modalidades) e vem se tornando uma tendência crescente em todo o país.

 

A Be Honest é uma empresa mineira especializada nesse serviço e garante a instalação de minimercado mesmo nos espaços mais restritos: a partir de 2 m² já é possível fazer adaptações para montar um e, quanto maior a área disponível, mais produtos vão sendo agregados. “É zero o custo para o condomínio: a empresa instala o mercado e faz um cálculo estimando as despesas com energia e fica arcando com isso mensalmente, então o síndico não precisa se preocupar com as lâmpadas ou refrigeradores. Além disso, ressarcimos qualquer dano a paredes ou piso que venha a ocorrer no local”, assegura Marcelo Carneiro, sócio-fundador da empresa mineira que prepara uma larga expansão até o fim do ano.

 

Honestidade – Além de vender produtos, a Be Honest quer disseminar boas práticas, levando aos condomínios o conceito do “honest market”. As vendas no “mercado honesto” são baseadas na confiança, não há vendedores presenciais, nem câmeras. “Queremos incentivar o valor da honestidade e por isso não há mecanismos de vigilância. O cliente pega o que precisa, paga com cartão ou carteira digital e leva”, afirma Marcelo. Ele explica que mensalmente serão gerados relatórios com índices de “honestidade” de cada condomínio. “Temos uma escala de selos que vai do bronze ao diamante e premiamos os condomínios mais honestos”. O síndico poderá receber, além do relatório da Be Honest, orientações de como obter melhores índices.

 

 Um fator importante que impulsionou a dispersão dos minimercados de condomínios em 2020 foi a necessidade de distanciamento social devido à pandemia de Covid-19. “Desde março, as pessoas estão ficando mais em casa, seja pelo trabalho remoto ou porque as aulas estão sendo virtuais. Com isso, os moradores dos condomínios precisam ter uma alternativa de compras de itens básicos do dia a dia de uma forma rápida, segura, eficiente e confortável, 24 h por dia”, justifica Tallis Barbosa, diretor comercial da SmartStore em Curitiba (PR) e região, empresa que está atendendo 11 mil apartamentos em condomínios localizados em Campinas (SP) e em Curitiba.

 

Tallis acrescenta que a iniciativa traz vantagens imediatas não apenas aos moradores, mas também ao condomínio, em longo prazo: “para o síndico, é um serviço que ele pode instalar dentro do condomínio com a proposta de oferecer facilidade na vida do morador sem onerar os gastos. O minimercado também pode ser utilizado como ferramenta de valorização do imóvel em uma venda ou aluguel”, destaca o representante da SmartStore.

 

Perfil – O consumo nos minimercados segue uma dinâmica dos hábitos das pessoas que habitam no condomínio, então varia de acordo com o perfil dessa população: se há mais jovens ou idosos, famílias ou pessoas solteiras, etc. Durante a semana, é comum se observar uma maior saída de itens de primeira necessidade, tais como alimentos, bem como produtos de higiene pessoal e limpeza. Já nos finais de semana, são os itens de lazer que se destacam: bebidas alcoólicas, refrigerantes, doces, petiscos.

 

A necessidade de entender o perfil dos clientes fez com que a Market4U investisse pesado em um aplicativo para operacionalizar o seu minimercado. Baixar esse app é o primeiro passo para usar o mercado, só assim vai ser possível destravar as bebidas alcoólicas (se for maior de idade), por exemplo, verificar preços e promoções, além de realizar os pagamentos. Já foram feitos mais de 20.000 downloads do aplicativo, demonstrando que o negócio está em franca expansão.

 

“Hoje em operação já são 100 minimercados em condomínios, com previsão para mais 200 em um mês, e o plano de expansão até o final de ano deve chegar à casa das 2.000 unidades”, comemora Fernando Castellon, diretor de marketing da Market4U. De acordo com ele, o retorno dos clientes tem sido positivo: “os feedbacks são diversos, os clientes nos adoram e as redes sociais são provas reais disso, com muitos comentários, stories e agradecimentos e o mais legal disso tudo é que atendemos todas as idades. Possuímos clientes de 12 a 85 anos que realizam compras diariamente”. Para conquistar a clientela, Castellon afirma que um diferencial é apostar em produtos sazonais, como itens para páscoa, dia das mães, dia dos pais, flores, sushi.

 

O diretor de marketing dá uma pista do que pode vir a ser um cenário comum no futuro: a incorporação dos minimercados aos residenciais não como uma proposta temporária para enfrentar a situação de pandemia, mas como instalações fixas cada vez mais corriqueiras nos prédios em todo o Brasil. “Um dado legal é que diversas construtoras já nos procuram para implementar em novos projetos o Market4U, resumidamente, assim como um salão de festas, o mercado em condomínio já é uma realidade”, arremata Castellon