CNV comunicação não violenta: 4 passos no condomínio

CNV comunicação não violenta: 4 passos no condomínio

A capacidade de se comunicar bem não é apenas um dom com o qual se nasce, ela pode ser também uma habilidade a ser aprendida e aperfeiçoada. Se, por um lado, saber dialogar e ouvir é muito benéfico para as relações sociais, por outro, dificuldades na comunicação podem ser a origem de grandes problemas

O equilíbrio em espaços de convivência coletiva, a exemplo dos condomínios residenciais, se dá não apenas pela obediência ao que está na Convenção, mas também por normas gerais que existem na nossa sociedade que visam ao respeito ao próximo e ao bem-estar comum. Assim, a harmonia do condomínio depende não exclusivamente do quão rígidas são suas leis, mas também do nível de bom senso e da habilidade de comunicação dos moradores.

Nesse contexto, o síndico exercendo seu cargo de líder possui um papel fundamental de ser um membro conciliador dentro dessa comunidade. É preciso que ele esteja preparado para saber se comunicar adequadamente, expondo seus interesses administrativos e também o ponto de vista dos condôminos.

A CNV (Comunicação Não Violenta) é um método criado pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, segundo o qual 90% do sofrimento das pessoas ocorre por causa de interpretações pessoais equivocadas. Essa metodologia consiste em um processo que propõe o uso da empatia para evitar conflitos.

Ilustramos os quatro passos a seguir com um exemplo: imagine que um condômino está colocando lixo em local inapropriado (no chão ao invés de pôr dentro do coletor) e você, como síndico, deve tomar providências.

           Observação: analise a situação de acordo com os fatos. Primeiramente, tente se desvencilhar de preconceitos que tenha a respeito do morador. Por exemplo, se já houve uma outra situação conflitante com ele antes. Este caso atual deve ser analisado inicialmente de forma isolada, então não crie interpretações precipitadas com base em histórias pregressas.

        Analisar sentimentos: é hora de ponderar qual será o efeito da sua fala junto ao interlocutor. De que forma você gostaria que falassem com você caso estivesse cometendo o mesmo delito e precisasse ser chamado a atenção?

        Demanda: verifique o que é importante para as pessoas envolvidas, exercite a empatia. Muitos conflitos se dão pela simples inabilidade de falar, quando basta apenas fazer uma pergunta: “por quê?”. No exemplo citado o síndico pode descobrir, que o morador fez uma cirurgia que o impede de erguer o braço e levantar a tampa da lixeira.

        Estratégia e ação: Resolução do impasse. deve-se considerar algo que seja razoável para os lados envolvidos. A partir daí, um comando deve ser dado de forma clara e objetiva, sem indiretas e meias palavras. Neste caso o síndico pode afirmar que compreende as razões do morador e não as considera banais, no entanto a falta não pode continuar, sob pena de multa, pois colocar lixo no chão arrisca a segurança sanitária do condomínio. Ambos devem encontrar juntos uma solução, ou o morador delega a função a outro coabitante ou o síndico permite que ele tenha a ajuda de um funcionário do prédio enquanto durar o período de sua recuperação.