Reciclagem, bem realizada, traz impactos positivos no futuro do planeta

Reciclagem, bem realizada, traz impactos positivos no futuro do planeta

Organizações especializadas prestam serviços em condomínios, auxiliando moradores e funcionários no descarte de materiais

Quando falamos em reciclagem, muitas pessoas ainda têm dúvidas do que pode ser reciclado, principalmente ao mencionarmos materiais eletrônicos, mas no decorrer da matéria essas dúvidas serão esclarecidas. Na reciclagem existe um processo chamado de logística reversa, que foi implantado em função da Lei 12.305/10 da política nacional de resíduos, que torna obrigatório empresas geradoras de resíduos sólidos restituir ao setor empresarial para reaproveitamento em seu ciclo ou outros ciclos produtivos de forma adequada esses resíduos. No caso dos condomínios essa obrigatoriedade ainda não é fato, mas com certeza virá, afinal os grandes condomínios são fortes geradores de lixo que podem e devem ser reciclados. Já existem empresas que atuam em condomínios especializadas em redirecionar os materiais recicláveis para chegarem ao destino de outras empresas e indústrias, que vão reutilizá-los nos processos produtivos com qualidade e pouco desperdício.

Um exemplo desse trabalho é o Instituto Muda, com 10 caminhões que fazem a retirada de todo o material reciclável nos 600 condomínios contratantes. Esses materiais são redirecionados gratuitamente a uma das 17 cooperativas parceiras do instituto. “Para melhorar a qualidade dos produtos reciclados e eles não irem parar em aterros, nós oferecemos treinamento a todos os moradores e funcionários no próprio condomínio, ou seja, isso acaba acarretando em só 10% de rejeito. Já no caso do que a prefeitura entrega, muitas vezes, o rejeito ultrapassa 50% pela falta de treinamento”, explica o diretor executivo de novos negócios José Antônio Caetano.

Caetano ainda acrescenta que eles orientam para que o descarte seja feito com tudo que é reciclável, inclusive pilhas e baterias. Quando esses materiais chegam nas cooperativas, é feita a separação para depois revender às indústrias, formando assim a chamada economia circular. “Nós entregamos para cada família um imã com as informações de todos os produtos que podem ser reciclados.” E ainda diz “O que os síndicos precisam buscar hoje em dia é estarem regularizados para que na hora em que a lei for colocada em prática, já estejam adaptados a ela.

Existem outras empresas que também trabalham com esse tipo de serviço para redirecionar lixos recicláveis. “Nós basicamente colocamos ecopontos de descarte nos condomínios tanto para recicláveis comuns, quanto para equipamentos eletrônicos e normalmente recolhemos os materiais uma vez por mês. Selecionamos e separamos por tipo de material em nosso galpão e mandamos para as usinas que reutilizarão”, explica o CEO Alexandre Viana da Recitek. “Um bem ao condomínio e ao meio ambiente, lembrando que é muito importante escolher um parceiro que faça a destinação final correta e certifique para onde eles estão mandando esses materiais”.

Materiais reciclados devem voltar para a usina e virar material novo. As latinhas de cerveja ou refrigerante jogados fora são limpas, passam por um processo e viram outras latinhas, isso com alumínio, mas outros materiais como papel, papelão, plástico, ferro, vidro também podem ser reciclados e se tornarem novos produtos. A reciclagem de resíduos sólidos é mais bem-sucedida, porém dos eletrônicos infelizmente é diferente. Muitas vezes não se sabe o que fazer com eles, as pessoas deixam em casa e quando se cansam acabam descartando no lixo comum, por isso é importante as campanhas. Equipamentos eletrônicos são recicláveis também, tais como: monitores, teclados e outros itens externos de um computador, além de cafeteira, micro-ondas ou quaisquer equipamentos elétricos que você possua em casa. Uma boa orientação minimiza os impactos ao meio ambiente com o passar do tempo.

“A maneira incorreta do descarte já está gerando impactos ambientais gravíssimos e pode piorar, tanto no solo quanto na atmosfera. Precisamos reverter isso. Temos que começar através da conscientização nas escolas, condomínios e empresas, para que lá na frente, possamos obter resultados relevantes, revertendo os danos causados a natureza”, complementa Alexandre.

“Não são todos, mas existem muitas pessoas, síndicos, moradores que tem sensibilidade de cuidar do meio ambiente e contribuir para o social, afinal quem trabalha nas cooperativas de reciclagem são ex-catadores de rua, pessoas que através desses materiais doados conseguem ter um pouco mais de qualidade de vida e dignidade”, explica Caetano.