Energia elétrica: seus custos, disponibilidade e alternativas para condomínios

Energia elétrica: seus custos, disponibilidade e alternativas para condomínios

Por Cecília Lima

 

Em decorrência do reajuste sobre as tarifas de energia elétrica, o qual entrou em vigor em julho, os brasileiros já experimentam o amargo sabor de verem as contas de luz em números crescentes. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) autorizou a elevação de 52% no valor da bandeira vermelha patamar 2 e, com essa medida, a cobrança adicional foi de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos.

 

Tal aumento vem na esteira de outros reajustes que também foram praticados nos últimos meses e estão encarecendo muito o custo de vida da população: água, gás, alimentos e, não menos importante, os gastos com produtos de limpeza que tiveram seu consumo acrescido devido à atual situação de emergência sanitária. Todo esse contexto impacta consideravelmente as contas do condomínio, que geralmente são orçadas na transição de um ano para outro, ou seja, em um cenário econômico o qual não corresponde mais ao atual.

 

Riscos – Nesse sentido, o desequilíbrio entre a projeção inicial de despesas e receitas para o ano e os gastos ordinários com os quais o condomínio efetivamente está precisando arcar constituem um grande desafio com o qual os síndicos precisam lidar atualmente. Soma-se a isso os índices crescentes de inadimplência. Com isso, temos um perigoso ciclo vicioso: a falta de pagamento gera aumento das taxas condominiais e esse valor aumentado, por sua vez, dificulta o pagamento. Assim, corremos o risco de ter mais inadimplentes.

 

E agora, como contornar o problema? Primeiramente, é preciso ter consciência de que talvez o momento atual não seja propício a gastos “supérfluos” e isso deve ser conversado junto aos moradores. O caixa do condomínio deve ser priorizado para despesas de custeio, ou seja, aquelas que não podem deixar de ser pagas mensalmente (e aí se inclui a temida conta de energia). Investir em melhoramentos, reformas ou aquisições de equipamentos que não sejam absolutamente indispensáveis deve ficar para outra hora.

 

No tocante ao consumo de energia elétrica, algumas atitudes também podem vir a ser necessárias pelo menos por um tempo determinado, como um meio de “racionamento forçado”. Restringir o número de horas em que a bomba d’água da piscina fica ligada, desligar os refletores da fachada do prédio, desativar temporariamente um dos elevadores, reduzir o número de lâmpadas do estacionamento ou trocá-las por modelos mais econômicos e com sensor de presença caso ainda não sejam assim. Todas essas medidas são exemplos de atitudes que podem ser colocadas em prática na tentativa de evitar aumento na cota condominial. Para aqueles condomínios que possuem dinheiro em caixa, uma opção é estudar formas alternativas de consumo.

 

Mesmo com síndicos fazendo apelos pela conscientização e até adotando práticas por vezes impopulares entre os moradores com o objetivo de economizar, muitas vezes os custos superam as receitas e a conta não fecha. O resultado é o saldo no vermelho. Em decorrência de todos os reajustes já mencionados, muitos condomínios já precisaram aumentar o valor de suas taxas de 10% a 20% neste ano.

*Jornalista

 

Por Aldemir Jorge Pinto

 

Energia elétrica: seus custos e disponibilidade

 

A geração de energia hidráulica representa 67% do total da oferta de energia do país e depende do volume das chuvas dos anos anteriores, que abastece os reservatórios das represas de unidades geradoras. A “estocagem de água” garante a oferta de energia durante todos os anos seguintes, nos períodos úmido e seco. E o Sistema Elétrico Brasileiro (SEB) é constituído de unidades de geração de energia hidráulica, térmica e novas alternativas sustentáveis, com tecnologias modernas que estão em implantação atualmente.

 

 

Infelizmente, nos últimos sete anos, o regime de chuvas não foi favorável e os reservatórios das represas estão em condições lastimáveis e, com certeza, haverá um racionamento de energia ainda este ano, como aconteceu em 2001.

 

Custo – O aumento do custo da energia já começou. A Bandeira Tarifária vermelha 2, foi majorada de R$ 0,06423/KWh para R$ 0,09492/KWh (47,8% maior), em julho 2021 e serão inevitáveis outros aumentos para coibir e desestimular o consumo. Isto ocorre porque a geração térmica à óleo diesel (10x mais cara) ou a Gás Natural (5x mais cara), exigirão correções significativas nas revisões anuais das tarifas das concessionárias de energia elétrica.  A previsão da CEMIG, para maio de 2022, é de uma revisão maior que 20%, a ser aplicada às tarifas das contas de energia.

 

Além do preço, a preocupação com a disponibilidade de energia para as indústrias e consumidores em geral é um fator real e incidirá fortemente na redução da recuperação da economia pós Covid-19.

 

Alternativas – Existem soluções apresentadas pelos órgãos competentes, mas elas serão paliativas, caso medidas estruturais não sejam implantadas. A principal delas é a implantação de gerações térmicas, mais caras e demoradas e novas gerações de energia eólicas e fotovoltaicas. Em Minas Gerais, a solução eólica não tão viável técnica e econômicamente. Resta então, a solução das gerações fotovoltaicas, como uma alternativa econômica e técnica excelente e comprovada.

 

Uma alternativa que está disponível no mercado para síndicos e administradores de condomínios, verticais ou horizontais, urbanos ou de campo, é a aquisição de projetos fotovoltaicos construídos no próprio telhado ou mesmo em áreas externas, que deverão estar dentro da área da concessionária local, ou seja, dentro do estado de Minas Gerais. A compra e instalação do projeto de placas fotovoltaicas é, sem dúvida, uma das alternativas, técnica e econômica, que está disponível no mercado.

 

Existem empresas ofertando projetos que, além de garantir a disponibilidade de energia, oferecem economia significativa para os consumidores. É possível locar ou comprar os projetos, mas os ganhos serão garantidos quando fornecedores e consultores idôneos forem contratados.

 

Incentivos – Os incentivos disponibilizados pelo Sistema Elétrico permitem sucesso neste empreendimento e devem ser aproveitados rapidamente, porque serão diminuídos no futuro, como ocorreu em outros países que utilizaram este sistema. Aqueles projetos já aprovados e em operação manterão os benefícios adquiridos, pois as Resoluções Normativas da ANEEL de números 414 /2010, 482/2012 e  687/2015 não podem mudar contratos já assinados.

 

A compra de um projeto fotovoltaico de geração de energia proporciona aos consumidores economias maiores que variam de 26% até 95% da conta de energia elétrica ao longo de cinco anos quando, após esse período, o consumidor será proprietário da usina e só pagará uma taxa mínima para a concessionária e pequenas taxas de manutenção e monitoramento da eficiência da usina.

 

O fornecedor oferece ao consumidor garantia do funcionamento da usina e de seu rendimento e eficiência durante os 25 anos de vida da usina. Além disso, os fornecedores garantem a substituição gratuita dos equipamentos, quanto a defeitos de fabricação e perda de rendimento dentro dos prazos estabelecidos, através de registro em contrato, o que pode ser medido e aferido pelo monitoramento à distância, pelo consumidor e fornecedor.

 

É uma alternativa possível, com vantagens econômicas e técnicas no atendimento às necessidades de energia elétrica para economizar nas despesas, com insumo sustentável e indispensável à vida moderna e ao futuro do planeta.

*Engenheiro mecânico – aldemirjorgepinto@gmail.com