Os 7 pecados do síndico principiante

Os 7 pecados do síndico principiante

Por Cecília Lima

 

A tarefa de ser síndico de condomínio não é nada simples e exige conhecimentos e habilidades diversas de quem decide assumir esta posição. Com o passar do tempo, os mais veteranos na função vão gradativamente se habituando a termos, burocracias, ritos e protocolos, além obrigações básicas que precisam ser cumpridas. Há, entretanto, os novatos que, por vezes, chegam a cometer alguns erros no exercício do cargo, nem sempre por má fé, mas por simples desconhecimento geral.

 

É preciso ressaltar, no que se refere a este ponto, que ao se disponibilizar a assumir a gestão do condomínio, o candidato a síndico deve estar – antes de mais nada – disposto a buscar aprender. Como dito, o cargo exige bastante de quem o ocupa e falhas cometidas pelo síndico podem prejudicar toda a coletividade em diversos aspectos: segurança predial, convivência, finanças, adequações à legislação vigente. A seguir listamos “7 pecados”, isto é, 7 falhas, frequentemente cometidas por síndicos amadores, as quais devem ser contornadas.

 

Convenção – Não conhecer a própria Convenção. Esta talvez seja o principal defeito do novato, visto que este documento é a “lei” que rege tudo dentro do condomínio, norteando, portanto, suas atividades. Seguir a Convenção e o Regimento Interno e fazer valer as regras deles é uma atribuição elementar da função de síndico.

 

Assessoria – Não ser bem assessorado. É justificável que não se tenha conhecimento sobre todas as áreas, afinal ninguém nasce sabendo tudo. Por isso, é importante que o síndico, principalmente os inexperientes, contem com consultores jurídico, contábil e administrativo, por exemplo. Para tanto, a assessoria por parte de uma administradora de condomínios pode ser de grande ajuda!

 

Autoritarismo – Adotar posturas autoritárias. Não existe mais espaço para a figura do “síndico tirano”, aquele que impõe regras a ferro e fogo. Uma qualidade importante para o síndico é ser maleável, saber conciliar interesses, ser flexível nos momentos razoáveis. Ademais, o trato com outros condôminos e funcionários deve ser sempre cortês e gentil, de preferência.

 

Economia – Economizar em itens essenciais. Gerenciar os gastos do condomínio pode ser desafiador na maior parte das vezes. Na tentativa de equacionar receitas e despesas, o síndico novato pode tentar economizar comprando insumos de baixa qualidade, como peças de equipamentos usadas, ou então cancelando manutenções preventivas. Esse é o pior tipo de economia possível pois, além de causar gastos maiores no futuro, coloca em risco o bem-estar de todos.

 

Ilegalidades – Expor inadimplentes. Seguindo a mesma linha do item anterior, o desespero por controlar as finanças do condomínio às vezes leva o amador a praticar atos inadequados, como pressionar os inadimplentes por meio da divulgação de seus nomes. Isso é problemático, além de ilegal, por gerar constrangimento. O ofendido pode alegar danos morais e o condomínio enfrentará processo.

 

Assembleias – Ignorar a assembleia de condôminos. O síndico não pode tudo. Há deliberações importantes que precisam passar antes pela aprovação da assembleia, a exemplo de obras ou mudanças na Convenção. Tais modificações exigem quóruns específicos e o síndico não pode atropelar etapas tomando decisões unilaterais.

 

Benefícios – Assumir o cargo visando benefícios. Por fim, é válido lembrar que o cargo de síndico consiste, essencialmente, em servir à coletividade, doando seu tempo e interesse ao bem do condomínio. Buscar ser síndico visando exclusivamente a isenção da taxa condominial ou o pro labore mensal ou qualquer regalia como uma vaga de garagem melhor é um dos principais pecados do principiante.

*Jornalista