Por André Resende
Publicado em 21/11/2024
A comunicação interna é algo fundamental dentro do condomínio: seja para o porteiro que necessita entrar em contato com um morador para solicitar uma autorização de acesso, informar a chegada de um delivery, repassar um aviso ou mesmo para que haja uma interlocução entre condôminos. Para tanto, existem os interfones, equipamentos muito similares aos telefones, que operam a função de conectar ramais e promover a conexão entre diferentes partes do prédio.
Sabemos que a finalidade básica desses equipamentos é, em resumo, a mesma: promover maior comodidade e segurança a funcionários e moradores. Contudo, há no mercado atual uma ampla variedade de modelos, com características distintas, que atendem a públicos distintos. Em síntese, os interfones não são todos iguais! Portanto é importante conhecer as variedades para saber qual se adequa melhor à realidade do seu condomínio antes de partir para um investimento.
Tecnologia – Os interfones variam em níveis de tecnologia, funções disponíveis e, obviamente, preços. É importante lembrar que a aquisição e instalação desses aparelhos deve ser feita sempre por profissionais habilitados, bem como sua manutenção, a fim de prolongar a vida útil do produto e garantir o melhor uso e performance.
Entre os mais em conta, os analógicos se destacam. Esses interfones são os mais populares no mercado. De mecanismo extremamente simples, ele faz apenas a ligação entre o domicílio (ou áreas comuns do condomínio) e a portaria, servindo para conversação, podendo haver também botão de acionamento de trancas para liberação de acesso. Este interfone é o tipo mais frequente em prédios de pequeno porte e condomínios que não querem fazer um grande investimento.
Uma segunda geração de interfones, mais moderna, veio com os aparelhos de sistema digital. Este também possui ramais internos e externos para comunicação e desativação de travas. O custo de instalação é superior aos modelos analógicos, porém os digitais ganham em manutenção, pois possuem maior qualidade, quebram menos e duram mais. Além disso, esses aparelhos proporcionam chamadas entre apartamentos, sem que o morador precise interfonar para a portaria.
Sem fio – A tecnologia GSM aplicada aos interfones é um outro atrativo na hora de pensar em adquirir novos aparelhos. Trata-se da sigla para Global System for Mobile Comunication (ou Sistema Global para Comunicação Móvel), também conhecido como 2G, o que proporciona uma instalação sem cabeamentos entre portaria e unidades condominiais. Com maior praticidade, temos então um interfone vinculado a uma interface celular que permite ao morador atender chamada via rede GSM por meio de um celular.
Por fim, não podemos deixar de lembrar o que há de mais recente no mercado de interfones: os aparelhos vídeo-porteiros. A tecnologia alcançou níveis que, há alguns anos, parecia-nos apenas uma realidade fantasiosa de filmes: conversar olhando face a face com o interlocutor por meio de uma câmera. Os interfones mais modernos já proporcionam este tipo de diálogo. Claro que o custo de investimento é maior que qualquer outro tipo de aparelho. Por isso, é preciso compreender – antes de tudo – quais são as reais demandas do usuário e do condomínio antes de eleger que tipo de interfone adquirir.
E se o interfone tiver com problema?
Como vou saber se meu interfone está com problema? Ele pode simplesmente parar de funcionar subitamente ou, na maioria das vezes, é possível que ele comece a dar “sinais” gradativamente, a partir dos quais se consegue reconhecer que algo está começando a dar errado: sons de interferência, som chiado, fala entrecortada, os botões falham, o comando de destravar porta não funciona, alguma das funções é abolida (ou só se ouve ou só se fala).
É nesta hora que devemos buscar um serviço de manutenção? Bem, em teoria não deveria ser exatamente assim. O ideal seria que os interfones do condomínio passassem por uma vistoria periódica, para não chegar a este ponto. Verificação de teclado, fiações, plugues, testagem de ramais e eventuais trocas de aparelhos são tarefas desempenhadas por empresas especializadas nessa área e o recomendável é que o condomínio tenha contrato mensal de manutenção dos seus interfones.
A avaliação técnica dos profissionais é capaz, inclusive, de inferir a provável origem do dano: se por desgaste do tempo, falha técnica do produto mesmo ou manuseio errado do usuário. Por óbvio, a substituição de aparelhos quebrados em áreas comuns (como guarita, área de lazer, garagem, hall, elevadores, etc.) será arcada pelo condomínio, mas como ficam os de uso interno nas unidades privativas? O entendimento pode variar de caso a caso mas o que geralmente se supõe é que o interfone, por ser um equipamento de uso privativo dentro da unidade é, portanto, responsabilidade do condômino, devendo a ele arcar com sua eventual reposição.
Todavia, ressalta-se que há a possibilidade de colocar no Regimento – em cláusula específica – a responsabilidade do condomínio arcar com as manutenções em áreas comuns e privativas, incluindo substituições, salvo quando comprovado o dano causado por mau uso do usuário. É dever do morador, por sua vez, cuidar do uso adequado do interfone e comunicar ao zelador ou síndico caso surjam quaisquer alterações.