Um levantamento feito pela Associação Brasileira de Síndicos Profissionais (Abrassp) apontou que o Brasil tem aproximadamente 421 mil síndicos profissionais, sendo que desses, 21,8 mil têm especialização específica para a função. A mesma pesquisa também mostra que a maioria dos síndicos profissionais (46%) tem entre 46 e 60 anos e 19% tem 61 anos ou mais.
O mercado de síndicos profissionais mostra grande potencial de crescimento para as novas gerações, apesar que atualmente o cargo de síndico não é regulamentado, ou seja, qualquer pessoa, independente da formação pode ser um síndico. De acordo com o síndico profissional Júlio Guimarães, muitas empresas oferecem cursos de formação para síndicos que ajudam na formação, cedem certificados, mas não são homologadas. O mais importante, diante disso, é buscar novas informações para se manter atualizado.
“É comum nas redes sociais vermos muitos que se dizem síndicos profissionais e oferecem cursos de formação, mas que na realidade seus próprios condomínios estão em situação complicada com finanças precárias. Por isso é muito importante buscar referências, informações e a experiência de quem vai ministrar estes cursos para não perder tempo e dinheiro. Por outro lado, temos síndicos que não têm necessariamente a formação específica, e conseguem administrar bem seus condomínios devido a experiências profissionais anteriores, ligadas ao setor de alguma forma, porém buscar a profissionalização será fundamental sempre”, comentou Julio Guimarães.
Júlio é um caso clássico de quem não tem formação específica, mas que sempre buscou se informar e, principalmente, se dedicar exclusivamente ao trabalho. Aprendeu muito trabalhando com logística em uma multinacional, tem formação em História e estava fazendo mestrado em História Econômica quando decidiu ingressar na carreira de síndico profissional, abrindo a própria empresa. “Precisei me especializar no aparato jurídico que tange os condomínios, na parte da comunicação que é também muito importante e na forma de lidar com as pessoas, fundamental se quiser crescer”, comentou.
É importante destacar que síndicos profissionais no exercício da função devem se cercar de bons profissionais, buscar empresas especializadas no setor, trabalhar buscando sempre o melhor para seu cliente, o condomínio. Estar atualizado, buscar participar de eventos e debates que aumentem sua capacidade na gestão. E para finalizar um bom síndico profissional deve estar conectado com a massa condominial que ele administra, deve estar alinhado com as expectativas dos condôminos, porque cada condomínio é uma microssociedade diferente. Podem estar na mesma rua, no mesmo bairro, e ter demandas completamente opostas. Um bom síndico precisa ter a percepção que não são só processos, são também seres humanos envolvidos.