Como o uso de IA tem ajudado nos negócios condominiais

Como o uso de IA tem ajudado nos negócios condominiais

Por André Resende – Jornalista

 

A inteligência artificial (IA) vem ganhando espaço no mercado condominial brasileiro, criando soluções que vão muito além da automação de tarefas. De sistemas de portaria remota que reconhecem visitantes por meio de análise facial a plataformas que otimizam o consumo de energia e água, a tecnologia está redesenhando o modelo de gestão de edifícios.

Além de agilizar processos e aumentar a segurança, essas ferramentas abrem novas oportunidades para síndicos e administradoras, seja na economia de recursos, seja na oferta de serviços mais personalizados para os moradores. Esse avanço acompanha uma tendência global de uso da IA em setores de atendimento ao cliente, logística e manutenção, adaptada às necessidades específicas da vida em condomínio.

Startups – No Brasil, startups e empresas consolidadas do setor já exploram esse potencial. Soluções de análise preditiva, por exemplo, conseguem antecipar falhas em elevadores e sistemas elétricos, reduzindo custos de manutenção e evitando transtornos. Há também plataformas que, por meio do cruzamento de dados de consumo e hábitos de uso, indicam formas de otimizar a operação do condomínio, equilibrando gastos e melhorando a experiência dos moradores.

Com o aumento da digitalização, a demanda por ferramentas inteligentes que atuem como “assistentes virtuais” de síndicos deve crescer nos próximos anos. Síndica em um condomínio na Zona Sul de São Paulo, Juliana Couto implementou recentemente um sistema de IA para gestão de reservas das áreas comuns e comunicação com os moradores. A ferramenta não apenas envia respostas automáticas para dúvidas mais frequentes, como também sugere ajustes no uso dos espaços para evitar conflitos de agenda.

“Antes, eu passava horas no celular resolvendo disputas sobre horários da churrasqueira ou do salão de festas. Hoje, o próprio sistema negocia e oferece alternativas para os moradores, tudo de forma imparcial”, afirma. Juliana destaca que, além da economia de tempo, a solução reduziu em quase 30% o número de reclamações registradas.

Cuidados – Para especialistas, a entrada da IA no universo condominial é um caminho sem volta, mas que exige cuidados. A transparência sobre o uso dos dados, a escolha de fornecedores confiáveis e a adequação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) são pontos essenciais para garantir a confiança dos condôminos.

Ainda assim, a percepção é de que a tecnologia amplia as possibilidades de gestão, transforma a relação entre síndicos e moradores e abre um novo nicho de mercado para empresas de tecnologia e serviços, colocando o setor condominial na rota da inovação.