Estratégias inteligentes para reduzir o consumo de energia

Estratégias inteligentes para reduzir o consumo de energia

Por André Resende – Jornalista

Publicado em 07/08/2025

Quando assumiu a gestão de um condomínio com 112 unidades na zona oeste do Rio de Janeiro, o síndico Leonardo Prado encontrou um rombo silencioso nas contas mensais: a fatura de energia elétrica das áreas comuns ultrapassava os R$ 9 mil. “Era um número que assustava, mas ninguém sabia exatamente onde estava o desperdício”, conta.

 

Com uma análise minuciosa e pequenas mudanças de hábito, ele conseguiu reduzir esse valor em quase 30% em apenas seis meses. “A economia veio no detalhe, sem comprometer o conforto dos moradores”, explica. A primeira medida de Leonardo foi substituir todas as lâmpadas fluorescentes e halógenas dos corredores, garagem e salão de festas por versões LED com maior durabilidade e menor consumo.

 

Atitudes – O síndico também instalou sensores de presença nos andares e ajustou o tempo de funcionamento das luzes, especialmente nas áreas com baixa circulação. “Não fazia sentido o jardim estar iluminado às três da manhã, todo dia. Agora, usamos um timer e sensores crepusculares para equilibrar iluminação e segurança”, explica.

 

Segundo a engenheira eletricista Camila Nogueira, consultora em eficiência energética, esse tipo de planejamento é cada vez mais necessário em condomínios, especialmente os de médio e grande porte. “As áreas comuns, como elevadores, halls, garagens, academias e piscinas, são grandes consumidoras de energia. Quando o síndico faz um mapeamento do consumo e investe em soluções inteligentes, o retorno aparece rápido, na conta e na valorização do imóvel”, comenta.

 

Estudo – Ela afirma que o primeiro passo é solicitar um estudo de eficiência energética com base no histórico de consumo. “Muitas vezes, o problema está em bombas de água desreguladas, motores antigos ou equipamentos ligados fora do horário de pico”, conta. Camila destaca ainda o uso de placas solares como tendência crescente em condomínios, principalmente em regiões com alta incidência solar. “Apesar do investimento inicial ser maior, o retorno vem em poucos anos. Já temos casos de condomínios que zeraram o consumo da conta comum com energia fotovoltaica”, acrescenta a engenheira.

 

Leonardo, por enquanto, ainda não partiu para a instalação de painéis solares, mas já iniciou um estudo de viabilidade junto a uma empresa especializada. Enquanto isso, ele aposta na conscientização dos moradores. Ele conta que criou campanhas internas alertando para o uso racional de elevadores, desligamento de aparelhos em desuso e até a importância de manter portas de acesso às escadas fechadas para preservar o ar-condicionado dos halls.

 

Com planejamento, tecnologia e diálogo, os síndicos têm descoberto que é possível manter o condomínio funcionando com eficiência e economia. E a conta de luz, antes encarada como um mal necessário, passa a ser vista como uma oportunidade de boa gestão. “Cada real que economizamos na energia pode ser investido em melhorias para todos. E isso faz toda a diferença”, conclui Leonardo.