Por André Resende – Jornalista
Publicado em 07/08/2025
Quando assumiu a administração de um condomínio-clube com mais de 200 unidades na zona leste de São Paulo, a síndica profissional Fernanda Lopes logo percebeu que cuidar apenas das contas e das assembleias não seria suficiente. Piscina, academia, brinquedoteca, salão de festas e áreas gourmet exigiam manutenção constante, além de demandas como jardinagem, segurança, limpeza e pequenas reformas.
“Era impossível dar conta de tudo sozinha. Foi aí que optei por contratar uma empresa de facilities, para centralizar esses serviços e garantir qualidade”, conta. A decisão, segundo Fernanda, trouxe ganhos visíveis em poucos meses: redução de custos, mais eficiência nos contratos e aumento da satisfação dos moradores. “Antes, cada serviço era contratado separadamente, com orçamentos diferentes e prazos que nem sempre eram respeitados. Com a gestão integrada, ficou muito mais simples e transparente”, explica.
Crescimento – Um estudo recente realizado pela Redirection International, especializada em assessoria de M&A, estima que o setor de gestão de facilities deve crescer em média 7,1% ao ano até 2029 no Brasil, impulsionado especialmente pelo mercado condominial.
Para Cláudio Martins, executivo de uma empresa especializada nesse segmento, a expansão tem relação direta com a complexidade crescente dos empreendimentos residenciais. “Os condomínios de hoje deixaram de ser apenas prédios de apartamentos. São verdadeiros microbairros, com serviços e estruturas que precisam de gestão profissional para funcionar bem”, destaca.
Ele afirma que os síndicos têm buscado cada vez mais soluções completas, que englobam desde a manutenção preventiva até o treinamento de equipes, passando por tecnologia, limpeza e segurança patrimonial. “O grande diferencial é oferecer tudo isso de forma integrada, com indicadores de performance e relatórios para que o síndico tenha controle real do que está acontecendo”, acrescenta.
Agilidade – Marcelo Tavares mora em um condomínio que adotou recentemente a gestão de facilities. Segundo ele, os reflexos positivos no dia a dia desse tipo de serviço são notáveis. “Antes, a gente reclamava de problemas recorrentes, como elevadores parados ou lâmpadas queimadas demorando semanas para serem trocadas. Hoje, essas questões são resolvidas quase automaticamente. Dá para sentir que existe um planejamento, não apenas reação a problemas”, avalia.
O movimento acompanha uma mudança de mentalidade no mercado condominial, que passa a enxergar o síndico menos como alguém que resolve tudo sozinho e mais como gestor que lidera uma equipe especializada. Além disso, empresas de facilities trazem tecnologia para monitoramento de contratos, manutenção preventiva e até controle de consumo de água e energia, ajudando a reduzir custos e tornar o condomínio mais sustentável.
Fernanda acredita que, nos próximos anos, essa será uma tendência cada vez mais forte, inclusive em condomínios de médio porte. “O morador está mais exigente, quer qualidade de vida, segurança e valorização do patrimônio. E a gestão profissional deixa tudo mais transparente, organizado e confiável”, afirma.
Entre expectativas de crescimento e os primeiros resultados na prática, uma coisa fica clara: o setor de facilities deve deixar de ser visto como algo exclusivo de grandes empreendimentos e passar a fazer parte do dia a dia de diferentes tipos de condomínios. E, para quem vive ou trabalha nesse universo, isso pode significar menos dor de cabeça e mais eficiência na convivência coletiva.