Violência contra condomínios aumenta e despesas com segurança crescem

Violência contra condomínios aumenta e despesas com segurança crescem

Apenas em SP, roubos a residenciais aumentaram 172% em um ano, forçando maiores investimentos em proteção patrimonial

Por muito tempo, a maior disponibilidade de segurança foi um critério decisivo na escolha de condomínios como forma de moradia em detrimento das residências comuns. Contudo, o cenário atual lamentavelmente está mudando isso. Os edifícios residenciais, antes vistos como invioláveis, hoje são alvos da criminalidade que aumenta desenfreadamente em praticamente todas as cidades brasileiras e também quadrilhas especializadas em assaltos a esse tipo de edificação.

São Paulo, a maior metrópole do país, é um exemplo que reflete a atual situação de vulnerabilidade: dados da Secretaria de Segurança Pública revelam que os furtos e roubos em condomínios saíram de 25 no ano de 2015 para 68 em 2016, o que corresponde a um alarmante aumento de 172% nos casos em apenas um ano.

Para o síndico Altair Neves, que administra um conjunto de 3 torres residenciais no bairro Tatuapé, é necessário cobrar um posicionamento ostensivo por parte do poder público no tocante à segurança. “Fomos vítimas de assaltos por duas vezes em 2015 e 2016 e nesse ano investimos quase R$100.000 em melhorias que visam maior segurança do prédio, contudo ainda não é suficiente, porque as ruas estão cheias de criminosos que também investem em suas tecnologias para praticar o mal, com a certeza da total impunidade”, queixa-se o síndico.

Além dos equipamentos básicos de bloqueio e vigilância do perímetro, como cercas elétricas, alarmes e circuito de câmeras, uma das medidas tomada por vários condomínios é a contratação de equipes de segurança patrimonial para proteger os imóveis, o que requer um alto custo de investimento, aumentando assim a taxa de rateio entre os moradores.

O técnico em segurança Pedro Dias alerta que apenas a instalação de equipamentos não garante a proteção do imóvel. “É necessário também ter gente treinada para o manuseio e comprometida com o seu serviço, pois qualquer falha pode resultar em uma invasão. Não adianta, por exemplo, ter um CFTV se o porteiro não está atento às imagens e não vai perceber uma movimentação estranha a tempo de comunicar à polícia”.

O técnico também ressalta a necessidade em ser criterioso com a permissão de acesso ao condomínio. “Muitos golpes hoje são aplicados por criminosos que se apresentam como funcionários de empresas provedoras de internet ou vendedores, que usam esse disfarce para praticar roubos e até mesmo fazer reféns. É preciso que o porteiro e também o morador seja sempre cauteloso na hora de permitir a entrada dessas pessoas, sendo indicado que se confira antes os documentos de identificação de cada um”, orienta Dias.