Dia do Síndico: a importância de quem administra uma microssociedade

Dia do Síndico: a importância de quem administra uma microssociedade

Todo condomínio residencial reserva na sua dinâmica diária uma complexidade espelhada na sociedade. As individualidades e as subjetividades são obrigadas a conviver, ou a coexistir. A diferença entre os dois verbos, aliás, depende do nível de harmonia entre as pessoas que, por sua vez, depende da capacidade dos gestores em promovê-la. As sociedades mais harmônicas são, por consequência, as dos melhores gestores.

A função do síndico, profissão oficializada em 1964 e cuja data de celebração é dia 30 deste mês, deve ser vista como a de um gestor público, mais do que a de um empresário. Primeiramente porque a administração de um condomínio não visa o lucro como fundamental, e a economia feita vai ser usada por todos os contribuintes. Posteriormente porque o dinheiro manejado é coletivo por vir dos condôminos, embora privado por pertencer à associação.

Um dos objetivos da atuação do síndico, assim como do gestor público, é de usar o dinheiro que necessariamente não é dele na busca pelas melhores e mais econômicas soluções para se alcançar um bem-estar coletivo. Outra semelhança é o papel de conciliador dentro dos interesses de cada um dos membros daquela comunidade. Os desentendimentos e conflitos dentro da comunidade são naturais e os síndicos precisam envidar esforços na busca pela harmonia no convívio.

O síndico profissional Pedro Luiz Dias, que atua em São Paulo, na área há mais de sete anos, comenta que as relações sociais dos últimos anos têm demandado novos formatos de relacionamento. “Não se trata de uma situação de “politicamente correto”, mas sim de foco e educação no respeito ao próximo. Novos hábitos de saúde pública vieram para ficar e levá-los a sério tem aspectos inclusive legais. Contudo, observo que nossa principal característica social é a busca da harmonia, do consenso”, comentou.

Planejamento para melhor administração dos recursos, fiscalização da aplicação das normas, supervisão de servidores e responsabilidade na organização burocrática de documentos e impostos também são atribuições requeridas aos síndicos que podemos encontrar como processos que pertencem à gestão pública.

Para exercer cada vez mais o seu papel com eficiência, Pedro Luiz Dias explica que investe em estudo e leitura, para se manter atualizado. É a principal dica que o síndico profissional deixa para os demais colegas de profissão: se manter atualizado sempre com as novas regras que ditam a gestão e as novidades para aplicar nos condomínios.

Com a evolução das cidades, na substituição das células da sociedade de casas em edifícios, na ampliação do convívio entre famílias nos condomínios, o grande desafio do síndico para os próximos anos é lidar com novos problemas decorrentes das novas dinâmicas sociais na urbe. É provável que novas regras pautem o conviver a partir de uma nova consciência sobre coletividade pautada no bom senso. Todo aumento de relevância, é aumento de responsabilidade: a meta para o futuro é evitar a coexistência.