Enxame de abelhas em prédios: perigos e responsabilidades

Enxame de abelhas em prédios: perigos e responsabilidades

Com o processo de verticalização das cidades e a consequente construção de novos edifícios em áreas próximas a matas e florestas, a ocorrência de enxames de abelhas instaladas em edifícios residenciais tem se tornando um perigo mais recorrente para moradores e bichos de estimação.

A professora doutora da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Birgit Harter Marques, estudiosa sobre abelhas, explica que os prédios que temos nas cidades fazem com que as abelhas não consigam voar de forma horizontal na procura por um lugar permanente adequado para se instalar. “Elas estão se dividindo, pois são muito numerosas, e procurando lugares arejados, escuros e seguros”.

Desta forma, as abelhas rapidamente encontram abrigo em sacadas, varandas e janelas, sobretudo nas que possuem reentrâncias. Uma vez instalada a colmeia, a remoção não pode ser feita de forma caseira pelo morador ou pelo zelador do edifício. O recomendado pelos especialistas é acionar o Corpo de Bombeiros por meio do número de emergência 193 ou, em casos mais extremos, contar com a ajuda de apicultores.

A professora aposentada Artemiza Maia passou pelo problema um mês após chegar ao seu apartamento. O prédio onde mora fica localizado em uma área com muitas árvores e terrenos baldios. Logo no primeiro dia em que chegou ao apartamento, notou o barulho de zumbido na janela do banheiro de uma das suítes e descobriu que havia um enxame instalado no local.

A preocupação com bichos de estimação e crianças é pertinente, tendo em vista que as abelhas soltam uma toxina de alerta que chama outras abelhas para o local onde ela foi atacada, como explica Lionel Gonçalves, professor de genética animal da USP de Ribeirão Preto. No caso de pessoas alérgicas, o risco é bem maior.

Quando o enxame está na janela do apartamento, a responsabilidade passa a ser do morador, porém, caso o problema fosse em uma área comum do edifício, a obrigação de acionar o Corpo de Bombeiros é do síndico. Muito embora qualquer morador do prédio possa fazer o papel, tendo em vista que a situação se estende a todos os outros moradores do prédio.

No caso da professora aposentada Artemiza Maia, o problema foi resolvido com a chegada dos bombeiros. “Fiquei muito mais aliviada com a retirada, tanto por mim, com medo de algum dia ser picada por uma abelha enquanto durmo ou algum parente meu ser atacado, quanto pela minha gatinha que poderia ser atacada. Além de tudo, evitei que outros enxames se instalassem em outros apartamentos, porque eu sei que elas se espalham rápido”, finalizou.