Decoração de varandas e sacadas sem descaracterizar a fachada do prédio

O arquiteto e urbanista Rodrigo Belarmino, destaca a importância de equilibrar a individualidade com a estética coletiva, trazendo soluções inovadoras e práticas recomendadas para personalizar sem infringir as regras

A crescente tendência de personalizar espaços residenciais tem levado muitos moradores a investirem na decoração de varandas e sacadas. Entretanto, essas intervenções devem estar em conformidade com as normas condominiais e legislações locais para preservar a harmonia da fachada do edifício.

“Qualquer alteração na varanda deve considerar a padronização de materiais, cores e formatos, garantindo a preservação da identidade arquitetônica do prédio”, enfatiza Rodrigo. Uma das soluções eficientes é o envidraçamento de sacadas, desde que siga os padrões estabelecidos pelo condomínio.

O envidraçamento retrátil, por exemplo, não é considerado uma alteração de fachada em diversas jurisprudências, desde que seja totalmente transparente e padronizado em termos de cor e estrutura. Esse sistema oferece conforto térmico e acústico, sendo uma tendência crescente na personalização de varandas.

“Os fechamentos de sacadas geralmente utilizam vidro incolor ou térmico, permitindo a integração entre os ambientes interno e externo”, explica Rodrigo. Soluções como vidros refletivos ou com proteção térmica também são bem-vindas, desde que respeitem a padronização definida pelo condomínio.

Ao considerar cortinas, persianas e toldos, é crucial avaliar seu impacto na uniformidade da fachada. Rodrigo sugere: “Cortinas do tipo rolô são ideais, pois causam menos impacto visual e podem ser completamente recolhidas”. A cor desempenha papel fundamental na manutenção da harmonia do edifício.

A introdução de plantas é uma forma popular de personalizar varandas, mas é necessário respeitar a capacidade de carga da sacada. “Muitas construtoras estipulam um limite entre 150 e 250 kg/m² para evitar riscos estruturais”, alerta Rodrigo. O excesso de peso pode comprometer a segurança do edifício, tornando essencial o planejamento adequado.

Modificar a fachada sem a devida autorização pode resultar em multas, processos judiciais e a obrigatoriedade de remover as alterações realizadas. A contratação de um arquiteto ou designer especializado é altamente recomendada. “A escolha de fornecedores idôneos e o cumprimento da norma ABNT NBR 16259 garantem segurança e conformidade”, destaca Rodrigo.