Violência de gênero em condomínios: a proteção é obrigação de todos

Violência de gênero em condomínios: a proteção é obrigação de todos

Muito se tem noticiado sobre a violência doméstica ocorrida nos condomínios, as vezes ela não acontece dentro de casa, mas no hall, no elevador, na garagem, e outros locais de área comum.

Recentemente, tivemos o caso de violência de um ex-namorado que espancou a mulher com mais de 60 socos no Rio Grande do Norte. O fato ocorreu dentro do elevador e se não fosse pelo profissional da portaria que agiu corretamente e rapidamente, a moça poderia ter tido um fim ainda mais trágico. Estes profissionais são a linha de frente e os que mais presenciam esse tipo de ocorrência, então desenvolvemos um conteúdo para orientar síndicos, profissionais de portaria e seguranças sobre como agir neste tipo de situação.

Estratégias de proteção e prevenção devem ser intensificadas nos condomínios residenciais. É possível sensibilizar moradores, síndicos e funcionários sobre a responsabilidade coletiva no combate à violência de gênero.

“Qualquer situação de violência, acontecendo no momento ou fato já ocorrido, tem que ser denunciada”, afirma o coordenador do Programa Mulher Segura da Secretaria de Segurança Pública do Paraná (Sesp), coronel Dalton Perovano.
“O condômino obviamente pode fazer a denúncia, mas o canal mais adequado é por intermédio do síndico, que é o responsável legal pelo condomínio”. Os telefones de denúncia em todo o país são:
– 190 / Emergência da Polícia Militar. Qualquer pessoa pode ligar quando as agressões estiverem acontecendo.
– 180 / Central de Atendimento à Mulher. Informações sobre Centros de Referência, Delegacias de Atendimento à Mulher (DEAM) e Defensorias Públicas.
As denúncias também podem ser feitas diretamente à Polícia Civil de cada estado. “A ideia de que em briga de marido e mulher ninguém se mete é mentira. Tem que se meter, sim”, afirma o coronel Perovano.

Em caso de suspeita de flagrantes, as recomendações para os síndicos e funcionários são:
– O síndico deve anotar data, hora, local e um relato do que ocorreu;
– Moradores e funcionários não devem tentar separar agressões físicas, pois podem se tornar novas vítimas;
– Oferecer um espaço seguro e acolhedor à vítima até a chegada da polícia.

É importante que os síndicos desenvolvam campanhas em seus condomínios, aos moldes do programa Mulher Segura, para que os condôminos denunciem.
– Promover campanhas de conscientização internas, em murais, grupos de mensagens ou reuniões.
– Treinar porteiros e zeladores para identificar sinais de violência, como discussões frequentes, gritos e pedidos de ajuda.
– Manter sigilo e respeito em todas as situações, evitando a exposição da vítima.